O Governo de Santa Catarina anunciou, nesta quinta-feira (3), o lançamento do Estrada Boa Rural, um ambicioso programa que vai investir R$ 2,5 bilhões na pavimentação de 2.500 quilômetros de estradas rurais nos 295 municípios catarinenses. O lançamento foi feito em Joaçaba, no Meio-Oeste, com a presença de mais de 200 prefeitos de todas as regiões do estado.
A proposta é ampliar significativamente a malha de estradas municipais pavimentadas — que hoje soma cerca de 2 mil km — e levar infraestrutura de qualidade para o interior, beneficiando principalmente o escoamento da produção agrícola, o transporte escolar e o acesso a serviços de saúde.
“O Estrada Boa Rural é um compromisso com o povo trabalhador do campo. Vamos pavimentar com qualidade, com sinalização e resistência, onde houver mais demanda e crescimento”, afirmou o governador Jorginho Mello.
Dobro de estradas municipais com asfalto
Com a iniciativa, Santa Catarina mais do que dobrará a extensão de estradas municipais asfaltadas, passando de 2 mil para 4.500 km, um crescimento de 126%. No total da malha rodoviária catarinense — que inclui vias estaduais e federais — o aumento será de 26% na quilometragem asfaltada.
Como vai funcionar
O investimento será dividido em duas frentes:
R$ 1,25 bilhão será transferido diretamente aos municípios por meio de convênios simplificados.
R$ 1,25 bilhão estará disponível por meio de financiamentos via BRDE e BADESC, com juros e correções pagos pelo estado, um ano de carência e quatro anos para quitar.
As estradas seguirão um padrão técnico com até 7 metros de largura, duas faixas de rolamento e acostamento. O custo médio por quilômetro será de R$ 1 milhão.
Segundo o secretário de Infraestrutura, Jerry Comper, o programa é acessível a todas as prefeituras, com apoio técnico e financeiro garantido:
“Queremos conectar comunidades, apoiar negócios e construir uma Santa Catarina mais próspera e integrada.”
Critérios e participação dos municípios
Cada município poderá apresentar dois projetos de trecho rural — um em 2025 e outro em 2026. Para serem contemplados, os projetos precisam atender critérios técnicos e sociais, como:
Ligar comunidades rurais a vias já pavimentadas
Atender empresas ou cooperativas
Garantir acesso de pelo menos duas propriedades por quilômetro asfaltado
Os municípios terão que apresentar uma contrapartida igual ao valor recebido, que poderá ser financiada com apoio do estado ou por meio de recursos próprios e serviços.
Apoio dos prefeitos
O lançamento do programa foi recebido com entusiasmo pelos gestores municipais, especialmente os de regiões com forte base agrícola. Prefeitos e prefeitas de cidades como Joaçaba, Lages, Palmitos, Modelo e Monte Castelo elogiaram o programa, destacando a importância para o desenvolvimento econômico e social do interior.
“Garantir mobilidade no campo é garantir o futuro do agronegócio catarinense. Essa iniciativa vem na hora certa”, afirmou Carmen Zanotto, prefeita de Lages.
Impacto social e econômico
Segundo o governo, o Estrada Boa Rural terá reflexos diretos na vida da população rural:
Mais segurança e menos acidentes no trânsito
Melhor acesso à saúde e educação
Redução nos custos logísticos e maior competitividade para o agronegócio
Qualidade de vida com vias pavimentadas, sinalizadas e sustentáveis
Além da infraestrutura, o programa prevê o uso de emulsão asfáltica ambientalmente sustentável, reforçando o compromisso do estado com o desenvolvimento responsável.
Um evento será organizado em cada município contemplado para a entrega das obras, reforçando a valorização dos estudantes e produtores que vivem e trabalham no interior. O governo também criou um canal direto com os prefeitos para agilizar o envio de projetos e garantir mais rapidez no andamento do programa.
“Estrada boa não é só asfalto. É dignidade, desenvolvimento e oportunidade chegando no campo”, concluiu o governador.